As décadas passadas nos deram Donny Osborne, Menudo e New Kids on the Block. Nesta, a Disney - também responsável pelo impulso inicial às carreiras de Britney Spears, Justin Timberlake e Christina Aguilera - é que apresenta aos adolescentes e pré-adolescentes os seus ídolos. Mas não se trata de revolta juvenil embalada para presente.
No filme, vemos poucos adolescentes e quase nenhuma rebelião - apenas canções animadas, com letras inspiradoras. I Miss You, uma homenagem muito comportada ao avô da cantora, é o único toque de pesar que o espetáculo exibe.
Os pontos positivos são efeitos tridimensionais que atraem e distraem, e Miley interagindo constantemente com a câmera. A cantora se apresenta tanta sob seu nome quanto como Hannah Montana, o alter ego que ela encarna em um seriado do canal Disney. Para crédito de Miley Cyrus, as roupas que veste não são cintilantes em excesso, e ela aparentemente é mesmo capaz de cantar.
Outra coisa que vemos é Lou Ortega (o cérebro que concebeu o fenômeno High School Musical), funcionando como uma espécie de versão atualizada de Lou Pearlman (o empresário de boy bands como Backstreet Boys e N¿Sync), que reconforta Miley depois que ela foi literalmente arremessada ao palco por seus dançarinos de apoio. Receber ordens de adultos não deve ser muito divertido para uma menina de 15 anos em meio a uma estafante turnê de três meses de duração.
Não que o filme permita que o público perceba o fato, ou aliás que descubra muito mais sobre Miley Cyrus. Faz diferença? Não se você tem uma filha viciada em Hannah Montana. Não vai demorar para que ela comece a ouvir outro tipo de música. E pode ser que Miley continue a ser a cantora. Pode ser.
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