Ansiosos por preparar os complexos cinematográficos dos Estados Unidos para o surto de lançamentos tridimensionais que surgirão no ano que vem, quatro grandes estúdios de cinema de Hollywood anunciaram na terça-feira um acordo para subsidiar a conversão de 10 mil salas de cinema ao sistema digital de projeção.
O anúncio do plano, realizado durante a ShoWest, feira anual do setor que congrega proprietários de salas de cinema e distribuidores de filmes, em Las Vegas, desconsiderava um ponto importante: as salas de cinema que viriam a ser convertidas, nos termos do plano, ainda não concordaram com isso.
O setor de cinema está correndo para colocar em operação o maior número possível de projetores digitais, não só porque eles evitam o dispendioso processo de cópia e transporte físico dos rolos de filme, mas também porque eles serão necessários para exibir a mais nova geração de filmes tridimensionais, que muitas vezes resultam em grandes sucessos de bilheteria.
Um deles, Hannah Montana & Miley Cyrus: Best of Both Worlds Concert arrecadou US$ 31 milhões em seu final de semana de estréia, em apenas 683 salas, cerca de um quinto do número de salas de um lançamento típico.
Sob o acordo anunciado na terça-feira, a Walt Disney, a 20th Century Fox, a Paramount e a Universal todos concordaram em pagar "honorários de cópia virtual" pelos filmes distribuídos digitalmente às salas de exibição participantes. Os proprietários de salas usarão esse dinheiro para comprar projetores, servidores e todos os demais equipamentos necessários - a um custo de cerca de US$ 75 mil por sala.
Também na terça-feira, executivos da Paramount confirmaram que o novo Indiana Jones seria lançado digitalmente, ainda que o diretor do filme, Steven Spielberg, há muito insista em que seus trabalhos sejam lançados apenas em película. Todos os filmes que faturaram mais de US$ 100 milhões nas bilheterias dos Estados Unidos no ano passado foram lançados tanto em película quanto em versão digital.
A Access Integrated Technologies concluiu no ano passado uma primeira rodada de conversão de salas de cinema, que levou sistemas digitais a 3.740 delas. Agora, a empresa precisa convencer outros proprietários de salas de exibição a comprar o sistema. O prazo para realizar a conversão é de três anos, e os estúdios pagarão os honorários de cópia virtual por atédez anos.
O montante desses honorários não foi revelado, mas uma pessoa envolvida afirma que seria de cerca de US$ 800 por filme, cerca de US$ 1 mil na primeira fase.
Chuck Viane, presidente de distribuição na Disney, disse que os estúdios insistiam em que os proprietários de salas de exibição cobrissem parcela maior dos custos de conversão, entre os quais os custos de manutenção. "Sempre sentimos que os exibidores tinham de participar mais do processo", disse.
O anúncio surgiu no momento em que, em um anúncio separado, as três maiores redes de salas de exibição dos Estados Unidos - Regal, Cinemark e AMC- estavam negociando uma linha crédito estimada pela revista Variety em US$ 1,1 bilhão para financiar a conversão de seus cinemas à projeção digital. As três, integradas para a negociação na aliança Digital Cinema Implementation Partners, controlam cerca de 14 mil das 37 mil telas de cinema norte-americanas.
quarta-feira, 19 de março de 2008
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